Como estar em um lugar durante um longo período de tempo, e ainda assim se sentir desfocado(a)? Tão perdido adentro da sociedade em que convivemos, deslocado em um desfecho profundo de solidão, incompreendido e desolado, sufocado em suas próprias paranóias e receios, recuar e se esconder no casulo não nos leva a nada, a não ser que nada seja o que procura...
Estar presente em um local diariamente não nos torna parte dela, você pode o "complementar", um objeto 'quase invisível' de enfeite que ninguém nota para completar o espaço, ou o para "incrementar", conquistando o seu devido lugar não sendo ignorado e assim, ser aceito pelo os outros.
As vezes construímos laços (por conveniência), para se obter uma falsa amizade e se integrar num grupo... Se socializar se torna uma necessidade para se poder integrar em qualquer eventualidade, mesmo sendo meramente hipocrisia social, é algo que é essencial para qualquer pessoa.
Mesmo tão ‘livres‘, somos isolados no nosso próprio mundinho, por simples atos, por olhares que nos rodeiam, por palavras que nos põem abaixo, por medos encravados como uma estaca em nossas frágeis mentes, nos torturando com marcas invisíveis, e manchando nossas idealizações. Por que se sentir assim? Se sentir sozinho e preso num recipiente incógnito inexistente por desespero e desconfiança, nós que tornarmos essas aflições e sofrimentos reais? E também, nos escondemos exatamente do que? Não se pode confiar em nada e nem em ninguém? Afora do nosso ‘campo de Elíseos’, algo ou alguém nos quebrará como vidro em milhões de cacos brilhantes como pedrinhas de diamante? Seremos picotados em pequenos pedaços de papel na mão de uma criança que esculpe cortes na folha com uma tesoura em suma sensação de alegria? Seremos mais um na multidão, com o qual vai morrer um dia, e ninguém irá notar?
As vezes percebo que não é em si a palavra “medo”, e sim identificar a realidade em que vivemos, enfim sou só "realista”.
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Paralelo do dia = Ingênuo o menino diz: -"Eu não estou incomodando ninguém"! A menina indiferente dá um sorriso cínico e responde: -"Olá, meu nome é ninguém, o desprazer é todo meu".
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